Sejam bem vindos à discussão sobre “Por que os cronogramas Atrasam”. Caso não tenha lido os cinco primeiros artigos, no final desta postagem tem o link para eles.
Neste artigo irei abordar o assunto: “Atividades com grandes durações”
Vamos lá?
Assim como o escopo deve ser decomposto em partes menores, dando origem a Estrutura Analítica de Projeto (EAP), os pacotes de trabalho devem ser detalhados em atividades. Estas serão a menor porção do escopo, nas quais serão alocados recursos, relacionamentos de dependência, estimados custos (bottom/up) e durações. Todo este processo de análise (quebra) serve para o planejador tirar melhores conclusões do cronograma, pois quando dividimos um sistema, passamos a entender melhor seu funcionamento.
Levando-se em conta o exposto no parágrafo anterior, fica notório que atividades com grandes durações são um problema para um bom gerenciamento do cronograma. Deste grande problema, podemos subdividir em três menores, que iremos discutir a partir de agora: Relações de dependências ruins, atividades lotadas de recursos diferentes e visão panorâmica da situação.
Relações de dependências ruins : No artigo nº02 retratei da importância da maximização da utilização de relações do tipo TI (término-início) em detrimentos das demais. Vamos à figura, que fala mais que mil palavras.
Observem que quando temos o cronograma pouco detalhado (01), ficamos sujeitos á utilização de relações do tipo II (início-início), pois as atividades podem ser feitas em paralelo. Isso torna nosso cronograma pobre, com a lógica sequencial comprometida.
Por outro lado, no cronograma 02, observamos uma maior utilização da dependência do tipo TI, deixando a lógica sequencial mais correta.
Portanto, com a figura fica claro o benefício de detalhar mais o cronograma.
Muitos recursos alocados numa mesma atividade: Aproveitando a figura acima, podemos verificar, por exemplo, que a atividade “Alvenaria – Geral” está englobando recursos que poderiam ser divididos entre “Alvenaria 01 e 02”. Agora, imaginem que este layout tivesse 20 salas !!! Observem o tamanho da confusão.
Visão panorâmica da situação: Quando temos uma visão macro daquilo que necessitamos ter uma visão mais cirúrgica, comprometemos a operação. Vale a célebre frase: - “Só gerenciamos aquilo que podemos medir”.
O planejador, diferente do gerente, precisa ter uma visão mais detalhada do assunto. Observem a figura novamente, e me diga se o planejador (cenário 01) teria precisão, na hora de informar ao gerente, quais recursos estavam com um índice de produtividade baixo? Qual sala está atrasada? Qual pedreiro está “morcegando”??
Fazendo mais um exercício mental, imaginem se tivesse dividido ainda mais a atividade de “alvenaria 01” em montagem de blocos, chapisco e emboço. Mais dividido ficaria o cronograma e melhor ficaria para levantar métricas da atividade no campo, facilitando assim o trabalho do planejador. Pois desta forma, saberíamos exatamente onde foi que a atividade “alvenaria 01” não performou bem – montagem dos blocos ? chapisco ?? Emboço ??
Portanto, fica claro, que atividades com grandes durações escondem a origem do problema ou geram problemas ainda piores, como por exemplo, uma rede lógica comprometida.
Finalmente, por hoje ficamos por aqui. Não deixe de ver os artigos anteriores caso você não tenha visto, no próprio linkedin ou no meu blog.
Aguardo seus comentários e até sexta, dia 19-08, com a sexta parte deste tema.
Obrigado.
Artigo 01 : É o cronograma, estúpido.
Artigo 02 : Erros Técnicos na elaboração do cronograma – parte 01
Artigo 03 : Erros Técnicos na elaboração do cronograma – parte 02
Artigo 04 : Erros Técnicos na elaboração do cronograma – parte 03
Artigo 05 : Erros Técnicos na elaboração do cronograma – parte 03
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