Sejam bem vindos à discussão sobre “Por que os cronogramas Atrasam”. Caso não tenha lido os sete primeiros artigos, no final desta postagem tem o link para eles.
Na primeira sessão abordei a falta de habilidade técnica do Gerente de projetos e sua equipe na elaboração do cronograma. No total foram 07 artigos. A partir de hoje, iremos explorar o lado esquerdo do nosso mapa mental, com uma série de artigos que irão abordar a “Não utilização do cronograma como ferramenta de análise”.
Inúmeros motivos levam a equipe do projeto não utilizar o cronograma como ferramenta: Incredulidade da equipe de campo no cronograma; cronograma inexequível (apenas para ganhar licitação); falta de procedimentos para elaboração; apenas exigência do contrato; falta de cultura da empresa; cronograma falso: apenas para permitir viabilidade do projeto; prioridade é medição e não o cronograma; e por último, o cronograma é visto apenas como ferramenta de planejamento, e não de controle.
No sétimo artigo da outra sessão, abordei que o cronograma deveria ser encarado como uma lei, onde todos deveriam obedecê-lo. Porém, assim como algumas leis, em alguns projetos o cronograma é ignorado ou cai no desuso.
Hoje, iremos abordar o primeiro motivo: “Incredulidade da equipe de campo no cronograma”
Vamos lá?
A melhor definição de confiança que se encaixa no nosso assunto é a seguinte: Confiança é o ato de confiar na analise se um fato é ou não verdadeiro, devido a experiências anteriores, entregando essa análise à fonte de estatísticas e opiniões de onde provém a informação e simplesmente considerando-a checando-a com outras informações a chamada cruzamento de informações. Se refere a dar crédito, considerar que uma expectativa sobre algo ou alguém será concretizada no futuro.
Conforme nossa definição, verificamos que esta incredulidade pode ter dois pilares: a equipe de campo não acredita nesta ferramenta para planejamento e experiências anteriores do gerente de campo (a obra está toda na minha cabeça).
Pronto! Chegamos onde eu queria!! Na falta de humildade ou inexperiência do gerente de campo.
Pare e pense: - Quem nunca ouviu uma destas frases:
Quem é este moleque do planejamento pra dizer que minha obra está atrasada ou que frente devo atacar ???
Eu já gerenciei obras mais complexas na minha vida sem cronograma !!
Essa galera do planejamento fica com a bunda sentada, não sabe dos problemas da obra, e vem me dizer onde devo colocar meus recursos;
Lá vem a galera que gera papel! Eu faço obra !!
Diante de tanta ignorância, irei parafrasear o maior filósofo de todos os tempos, Cristo : -“Pai ! Perdoa-os, pois não sabem o que fazem. Um gerente que solta uma destas pérolas, deveria se reciclar.
Calma! Não estou aqui defendendo os planejadores. Existe realmente muita porcaria por ai sendo chamada de cronograma. Vide os sete artigos anteriores que escrevi. Porém, se está uma porcaria, cabe ao gerente de campo corrigi-lo, e não apenas criticar. Se critica e nada faz pra melhorar, ele é apenas mais um conivente com a situação errônea. E digo mais, cadê o gerente do projeto que nada faz pra desenvolver a sua equipe, tornando-a coesa? Equipe de planejamento não é inimiga da equipe de produção.
Portanto, cabe ao gerente de projetos, através do correto gerenciamento dos recursos humanos, conduzir melhor os processos desta área do conhecimento, gerando uma equipe de alto desempenho, que acredita nos mesmos valores. Afinal de contas, pode um reino dividido, subsistir?
Mais uma vez, por meio da análise dos problemas expostos, tento levar vocês leitores à origem do problema, para atacá-lo de forma pragmática, e não superficial. Ataque sempre a causa raiz dos fatos, pois só assim, iremos obter resultados eficazes.
Finalmente, por hoje ficamos por aqui. Não deixe de ver os artigos anteriores caso você não tenha visto, no próprio linkedin ou no meu blog.
Aguardo seus comentários e até quarta, dia 30-08, abordando ainda mais este tema, de acordo com nosso mapa mental.
Obrigado.
Artigo 01 : É o cronograma, estúpido.
Artigo 02 : Erros Técnicos na elaboração do cronograma – parte 01 - Uso demasiado de relacionamento tipo TT e II.
Artigo 03 : Erros Técnicos na elaboração do cronograma – parte 02 - Quebra de lógica no cronograma.
Artigo 04 : Erros Técnicos na elaboração do cronograma – parte 03 - “Uso de lags muito grandes, “Uso de restrições” e “Uso de lags negativos”.
Artigo 05 : Erros Técnicos na elaboração do cronograma – parte 04 – Caminho crítico errado ou mal gerenciado.
Artigo 06 - Erros Técnicos na elaboração do cronograma – parte 05 – Atividades com grandes durações.
Artigo 07 - Erros Técnicos na elaboração do cronograma – parte 06 - Falta de linha de base
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