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Parte 06 – Não utilização do cronograma como ferramenta de análise


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Sejam bem vindos à discussão sobre “Por que os cronogramas Atrasam”. Caso não tenha lido os doze primeiros artigos, no final desta postagem tem o link para eles.


Na primeira sessão abordei a falta de habilidade técnica do Gerente de projetos e sua equipe na elaboração do cronograma. No total foram 07 artigos. No momento estamos explorando a segunda sessão do nosso mapa mental, com uma série de artigos que estão abordando a “Não utilização do cronograma como ferramenta de análise”.


Hoje, iremos trabalhar a sexta parte desta sessão, analisando o tópico: “Prioridade das medições”.

Vamos lá?


Pretendo começar meu artigo com a definição da palavra Trade-off: Expressão em inglês que significa o ato de escolher uma coisa em detrimento de outra e muitas vezes é traduzida como “perde-e-ganha”. O trade-off implica um conflito de escolha e uma consequente relação de compromisso, porque a escolha de uma coisa em relação à outra, implica não usufruir dos benefícios da coisa que não é escolhida.


Vivemos inúmeros trade-off em nossa vida, e sabemos que a cada escolha, uma renúncia. A vida de um gerente de projetos é repleta de trade-off que necessitam de decisões rápidas e assertivas. Decisões estas que muitas das vezes, são mal vistas no curto prazo, pois seus resultados são a longo prazo.


Imaginem a seguinte situação: - Você é gerente de um projeto de alguns milhões. A empresa está tendo prejuízo em todos os outros. Logo, seu projeto é a “salvação da lavoura”. Todos os olhos estão em você. Suas medições podem cobrir rombos de outros projetos. Você está certo do seu planejamento, sua produção está alinhada com este e todo o fluxo ocorre nas CNTP (condições normais de temperatura e pressão).


Até que um certo dia, o seu diretor te liga e diz : Temos que medir muito mais do que o planejamento de fluxo de caixa que você me enviou.


Pronto! Está criado o caos financeiro em seu projeto!!!


A produção que antes seguia o cronograma, agora irá seguir as atividades que medem mais. O gerenciamento do caminho crítico é abandonado e dá lugar ao “performar”. Gerente de produção entra em conflito com o gerente de planejamento. O planejamento de longo prazo dá lugar ao curto prazo.


Neste tempo de crise em que vivemos, acho que nenhum gerente de projeto passou por isso, não? Deve ser um devaneio de minha mente. Realmente, sou muito criativo. Brincadeiras a parte, estamos diante de uma situação semelhante ao minuto seguinte à batida no iceberg pelo navio TITANIC. Inúmeras ações a seguir descoordenadas serão tomadas e o projeto irá afundar. E o que poderia ser a “salvação da lavoura”, irá empurrar de uma vez por todas a empresa para o fundo do oceano.


A situação que narrei acima, é causada por uma força externa, alheia à vontade do gerente de projetos. O que eu quis fazer na verdade, é safar a reputação deste profissional, pois o que vemos na maioria das vezes, é o próprio causando o desastre do projeto. Quantas vezes verificamos gerentes preocupados com medição (curto prazo), ao invés de se preocupar com o caminho crítico (longo prazo). Será que o pequeno ganho financeiro de se antecipar algumas atividades vale mais que a saúde financeira de seu projeto? Desvio de recursos importantes para frentes de obra que não irão abrir novas frentes, mas apenas irá antecipar algumas receitas.


Neste cenário, onde se privilegia o curto ao longo prazo, está apenas gerando uma bolha, uma mentira que irá estourar na parte final do projeto. Chegará um momento, em que as medições não irão se sustentar, pois seu crescimento foi desordenado.


E o final todos nós já sabemos: Muitos pacotes para entregar em pouco tempo para concluir. A curva financeira foi usada para lubridiar a todos de que estava tudo sobre controle. Porém, escolhas erradas foram o norte do projeto o tempo todo. O problema não está no pedreiro que “morcegava”, no servente que faltava, na baixa produtividade da contratada, ou na alfandega morosa que segurou o equipamento. O erro é estratégico, e não operacional.


Portanto, o que adianta planejar, planejar e planejar, se na hora de realizar, irá abandonar todo o planejamento e fazer de acordo com o que parece bom ao curto prazo? As ações tem que estar alinhadas com o que foi planejado. Deixar de ganhar agora, na maioria das vezes é colher o fruto amanhã. Não se ganha uma maratona com estratégia de 100 metros.


Finalmente, por hoje ficamos por aqui. Não deixe de acrescentar informações, casos vividos e até opiniões contrárias ao que escrevi. Se você estivesse na situação do gerente de projeto do primeiro caso, em que uma ordem do diretor o obrigou a mudar tudo, o que você faria?


Não deixe de ver os artigos anteriores caso você não tenha visto, no próprio linkedin ou no meu blog.


Aguardo seus comentários e até segunda, dia 10-10, abordando ainda mais este tema, de acordo com nosso mapa mental.


Obrigado.


Artigo 01 : É o cronograma, estúpido – Artigo com o Mapa Mental.


Artigo 02 : Erros Técnicos na elaboração do cronograma – parte 01 - Uso demasiado de relacionamento tipo TT e II.


Artigo 03 : Erros Técnicos na elaboração do cronograma – parte 02 - Quebra de lógica no cronograma.


Artigo 04 : Erros Técnicos na elaboração do cronograma – parte 03 - “Uso de lags muito grandes, “Uso de restrições” e “Uso de lags negativos”.


Artigo 05 : Erros Técnicos na elaboração do cronograma – parte 04 – Caminho crítico errado ou mal gerenciado.


Artigo 06 - Erros Técnicos na elaboração do cronograma – parte 05 – Atividades com grandes durações.


Artigo 07 - Erros Técnicos na elaboração do cronograma – parte 06 - Falta de linha de base.


Artigo 08 - Cronograma pra Quê? Tá na mente !!! – parte 01 – Cronograma não utilizado como ferramenta de análise.


Artigo 09 - Cronograma elaborado apenas para ganhar licitação - parte 02 – Não utilização do cronograma como ferramenta de análise.


Artigo 10 – Falta de procedimentos – parte 03 - Não utilização do cronograma como ferramenta de análise


Artigo 11 – Apenas exigência do contrato e Falta de cultura da empresa - parte 04 – Não utilização do cronograma como ferramenta de análise.


Artigo 12 - Permitir viabilidade do Projeto - parte 05 – Não utilização do cronograma como ferramenta de análise.





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